A veterana Letícia Ribeiro confirmou o favoritismo no último domingo, no Mundial de Jiu-Jitsu, na Califórnia, Estados Unidos, ao superar Nyjah Easton na final e conquistar o hexacampeonato.
Com mais uma vitória na categoria pluma, Letícia mostrou que ainda tem muita lenha para queimar como atleta. No entanto, como ela mesma afirma em entrevista à TATAME, seu foco está cada vez mais na carreira de treinadora. Prova disso é que a medalhista de ouro ficou mais entusiasmada com o Jiu-Jitsu apresentado por suas atletas, Bia Mesquita, Penny Thomas e Mackenzie Dern, do que com seu próprio jogo.
“Eu estou partindo para a minha carreira de treinadora, estou focada nisso, então esse ano eu fiquei muito feliz com o desempenho das garotas, mais até do que com o meu desempenho”, disse Letícia, que comentou ainda a final de Bia contra Gabi Garcia, na final do absoluto, e expectativa de ver Bia ser convidada para lutar no ADCC, em setembro.
Como você avalia sua atuação na final do Mundial, no último fim de semana?
A gente sempre busca a finalização, né? Mas, para mim, o mais importante é ganhar o campeonato, então fiquei satisfeita com o ouro, que era o que eu estava buscando. Estou muito feliz. Seis Mundiais na faixa-preta... Está bom, né?
Essa medalha de 2011 teve algo de diferente em relação às outras que você ganhou?
Eu acho que é sempre um pouco diferente a emoção de ganhar o Mundial. Acho que estou em uma fase da minha carreira muito focada na minha parte de treinadora. A gente ficou em segundo esse ano, mas a equipe lutou muito bem, a Bia, a Penny, a Mackenzie, todas as garotas... Foi como eu falei: tem sempre um gostinho diferente, mas não teve nada de especial esse ano. Eu estou partindo para a minha carreira de treinadora, estou focada nisso, então esse ano eu fiquei muito feliz com o desempenho das garotas, mais até do que com o meu desempenho. Apesar de elas (a Bia e a Penny) não terem a medalha de ouro, fiquei muito feliz com o Jiu-Jitsu que elas apresentaram lá, então esse ano foi especial por isso: por elas terem mostrado um Jiu-Jitsu bonito e eficiente.
No absoluto, a Bia Mesquita foi à final, mas no peso ela saiu bem antes. O que você achou do desempenho dela?
Ela saiu de segundo, e ficou em terceiro no peso. A participação da Bia foi ótima. Eu acho que ela mostrou que veio para ficar. Primeiro campeonato Mundial na faixa-preta, e ela mostrou que está entre as melhores do peso e do absoluto. Ela é uma garota de 20 anos e tem um longo futuro pela frente. Perdeu no peso, mas tinha finalizado a Luiza (Monteiro) no absoluto. Na outra tomou quatro pontos logo no começo da luta, e aí ficou difícil para reverter o resultado, mas, para mim, o resultado final dela foi bom. Ela conseguiu fazer a final do absoluto, fez uma luta dura e ela está de parabéns.
Na decisão do absoluto ela pegou a Gabi Garcia, uma adversária bem maior do que ela. Qual era a estratégia para enfrentar uma menina bem mais pesada?
A estratégia número um é não se machucar, mas eu não vou falar muito de estratégia porque agora ela irá lutar de novo e a gente vai tentar a mesma coisa, então não posso falar muito qual foi a estratégia. Não conseguimos realizá-la totalmente, mas vamos continuar nesse mesmo pensamento. Mas é sempre difícil lutar com uma adversária muito maior, ainda mais o caso da Gabi... A estratégia já está traçada. A gente vai tentar de novo e vai dar certo.
E, quanto ao ADCC, você vai para a Inglaterra em setembro?
Eu não vou lutar o ADCC, mas a gente está esperando um convite para a Bia. A gente já mandou vários e-mails e eu realmente espero. Eu acho que, se tem uma garota que tem que ser convidada para o ADCC, é a Bia porque ela tem todos os méritos para disputar o evento. A gente está esperando o convite para ver se ela vai. Se ela for, eu vou também. Agora, só estou lutando o Mundial. Estava pensando em ir ao Rio Open, mas também não vai dar por causa de problemas com o meu visto, então vou ter que ficar aqui na América por enquanto. No ADCC só tem duas categorias, então a gente está dando prioridade para a Bia, que é mais pesada, e está na hora dela.
Por Marcelo Barone/Foto Eduardo Ferreira - Tatame
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