quinta-feira, 19 de maio de 2011

Em entrevista exclusiva, Zé Mario Sperry conta como recebeu o convite para lutar no ADCC

Faixa-preta de Carlson Gracie, Zé Mario Sperry tem historia nas lutas. Campeão mundial de Jiu-Jitsu e campeão absoluto do ADCC, mantendo o título em mais duas super lutas, o casca-grossa voltará aos tatames este ano, em duelo casado, no ADCC 2011, contra outra lenda do esporte: Renzo Gracie. “Fui pego de surpresa”, revela o faixa-preta, em entrevista exclusiva à TATAME, comentando suas expectativas para o duelo que promete ficar marcado na história e falando sobre sua rotina, apontando vantagem para o oponente no quesito “ritmo de luta”, e analisando as pelejas entre Royler Gracie e Eddie Bravo, marcada para a mesma edição do ADCC, e Bráulio Estima x Ronaldo Jacaré, super luta entre os destaques da última edição do torneio. Imperdível!

Como surgiu o convite para fazer a super luta no ADCC?

Cara, fui pego de surpresa. Eu recebi uma ligação dos Emirados Árabes fazendo o convite e fiquei tentado, apesar de estar parado, não estar treinando seriamente há algum tempo. Fiquei tentado com o convite, até mais por ser uma luta contra o Renzo, que é um grande nome no esporte.

Vocês dois são bem amigos do Sheik... Você sabe de quem veio a iniciativa?

Cara, eu acredito que tenha sido dele... Eu te confesso que eu não tenho ideia para te precisar quem foi realmente.

O que você espera dessa luta contra o Renzo?

Olha, no meu ponto de vista, é uma grande oportunidade de poder viver aquela emoção de toda a história que eu passei no ADCC, e tentar, de certa forma, voltar ao esporte com esse convite, mas estou afastado no mundo da luta há um tempo... Estou sem treinar, sem essa emoção de pegar uma competição. Eu acho que esse é o maior legado que eu tive com esse convite: poder de sentir novamente a emoção de estar competindo. Isso não tem preço.

O Renzo tem dado aulas na academia dele em Nova Iorque e vem treinando gente como o St. Pierre e o Frankie Edgar, que são campeões no UFC. Você acha que ele leva vantagem por estar treinando mais forte todos os dias e dando aulas?

Com certeza. O Renzo está inserido no mercado da luta, ao contrário de mim, que não estou mais vivendo da luta há alguns anos. Com certeza, isso vai dar uma vantagem a ele. Mas, independente do resultado, eu vou tomar isso como uma satisfação pessoal, um desafio pessoal, tentar voltar à forma da melhor maneira possível para poder voltar a fazer uma boa apresentação.

O que você tem feito desde que você parou de se focar em lutar?

Eu estou envolvido em outros business. Eu prefiro nem ficar comentando sobre isso (risos).

Você segue treinando forte? Como tem sido a sua rotina?

Rapaz, para te confessar, não. Eu treino quando eu posso. Eu dou minhas corridas, faço minha malhação, tento estar com o maior contato com o esporte possível, mas obviamente eu não trabalho mais com luta, então não tenho o mesmo contato que tinha antigamente.

Aonde você vai fazer a preparação para essa luta?

Vou treinar por aqui, com amigos. Eu conheço bastante gente aqui no Rio de Janeiro. Basicamente, vai ser isso. Vou tentar treinar o máximo possível a parte de chão e, quando eu tiver tempo de treinar, eu vou.

Você pensa em dar uma passada na BTT?

Vou treinar aqui na Barra, é mais fácil para mim. O pessoal da X-Gym, onde eu já faço musculação. Tem bastante gente por aqui. O difícil é arrumar tempo, mas vamos botar mais esse desafio, vamos para frente e vamos ver no que vai dar.

Eles também casaram a luta do Royler com o Eddie Bravo. O que você espera dessa luta?

Olha rapaz, eu acho que o Royler tem mais condição de ganhar essa luta. Luta é luta, sempre é difícil. Mas eu acho que o Royler tem mais volume de jogo, está esperto com o jogo do Eddie Bravo, vai estar com bastante gana... Vamos ver. Eu acho que vontade não vai faltar para o Royler.

Desde a primeira luta deles, há oito anos, o Eddie Bravo tem se focado nos treinos só sem quimono. Você acha que ele teria vantagem nessa luta contra o Royler?

É difícil dizer porque eu não acompanho a campanha do Royler e não acompanho a campanha do Eddie Bravo, mas pelo histórico, pela história que o Royler já fez, acho que ele tem mais capacidade de vencer essa luta. Com certeza, o nome dele pesa e, dessa vez, eu acho que ele entra mais focado pelo que aconteceu com ele da última vez, aquela fatalidade... Com certeza ele vai estar mais focado dessa vez.

Ainda vai ter a super luta do Bráulio, que ganhou o peso e absoluto em 2009, contra o Jacaré, que venceu o Drysdale. O que você espera?

Essa luta é movimentada, vai ter muito giro. O Bráulio é perigoso, tem muito giro, tem uma guarda que impõe um ritmo forte, ataca de todos os lados. Eu acho que vai ser uma luta movimentada e vai pesar o fato de quem tiver mais forte, mais focado e com mais preparo físico.

Guilherme Cruz - Tatame

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